sexta-feira, 28 de março de 2008

Um Nome

Há muita vida por detrás de um nome!

O meu antigo professor, Subintendente Manuel dos Reis, aposentado, é para mim um referencial importante de como estar na vida e nas funções policiais que exerceu.

É uma figura da primeira linha de polícias que marcaram a segunda metade do século passado. De uma cultura geral impressionante. Possui um vasto conhecimento no âmbito das ciências policiais, aliado a dotes oratórios fora do comum.

Os Estabelecimentos de Ensino da Polícia, nomeadamente a Escola Prática de Polícia (e não só), devem-lhe muito. O número de disciplinas desta Escola ultrapassava as trinta e muitas. Nas disciplinas que leccionava e foram muitas, era esforçado no trabalho que desenvolvia com os seus alunos, exigindo-lhes uma total entrega e aplicação. Adversário de hipócritas mas de lhaneza de trato impressionante que dialogava com os alunos de igual para igual. Quantos, dos que foram seus alunos, não se lembrarão, quando frequentavam as suas aulas em que as mesmas decorriam em verdadeiro diálogo, sem que se quebrasse a disciplina e o respeito entre o Mestre e os alunos. Os seus ensinamentos pautavam as suas vidas com a disciplina que lhes incutia.
Um homem justo, uma mente brilhante e um organizador nato. Um grande Mestre.

Foi o primeiro polícia a atingir, por escolha, o posto de Subintendente. O número de louvores que lhe foram conferidos é impressionante. Teria chegado, sem favor, muito próximo do topo da pirâmide policial se o estatuto de então o tivesse permitido.
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Muito a propósito!
Interessante o que o meu amigo Professor Tapadinhas refere no seu Livro "NOS TRILHOS DA PEDAGOGIA - de Aldeia Galega a Montijo - Autor: Dr. Joaquim Carreira Tapadinhas":
"............... Os valores alteram-se substituem-se, com uma cadência tal, que, de permeio, no espaço das vivências, deixam algum vazio. Para muitos, o passado foi ontem e só o dia de hoje interessa. Por isso, a História é coisa de saudosistas, de gente que não se actualizou. E, é pena que assim seja, porque é um mau exemplo para filhos e netos. Mas é. Esquecem, ou nunca se aperceberam, que o HOMEM, tal como as árvores, só sobrevive com raízes".

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